México-América Central-Colômbia: Agora ou nunca.

Original: 23-jun-2011

México-América Central-Colômbia: Agora ou nunca.

Por: ROBERTO BARROS

Tradução: DANILO SOUZA  

 

Hoje é, sem dúvidas, o melhor momento para se discutir sobre integração regional, no marco da conferência regional de segurança, na qual se reuniram autoridades da América Central, México, Colômbia e República Dominicana, bem como integrantes da União Europeia, para discutir sobre o futuro das estratégias de segurança na região, a forma de financiamento das mesmas e modelos de integração que possibilitem combater a insegurança vivida atualmente no Istmo.

Embora somente esta conferência não resolva muita coisa, a mesma representa, sem sobra de dúvidas, um passo que deveria ter sido tomado há muitos anos atrás, no intuito de unir esforços na luta contra a crescente onda de violência que assola as comunidades centro-americanas. Não é de hoje que se tem notícia que um país como a Guatemala, assim como qualquer outro da América Central, é muito vulnerável perante o crime organizado, o narcotráfico ou a ineficácia das instituições de segurança e justiça, os quais nos colocam à mercê da anarquia. Hoje já se sabe que algumas regiões da Guatemala, Honduras e El Salvador são consideradas “terras sem lei”, onde a população é dominada pelo temor aos criminosos. Não obstante, em estados menores, políticos corruptos e população desinteressada – quem sabe até, amedrontada – formam a receita mais eficiente para conduzir o país a uma onda de violência incontrolável, no entanto, caso se some a isso o desejo de LUTAR SOZINHO, a batalha estará perdida. É impossível se discutir a respeito de segurança em lugares como Costa Rica, El Salvador ou Panamá sem ter um conhecimento prévio dos acontecimentos, e entender que de alguma forma, o que vier a acontecer em Honduras surtirá efeito em Belize do mesmo modo que o que quer que aconteça na Colômbia terá certa repercussão na Nicarágua.

Desta forma, a união de esforços em um contexto transparente e com regras claras, se torna indispensável e urgente a fim de que as estratégias de cada país tenha um impacto real no dia-a-dia de seus cidadãos. Cidadãos estes que fazem de tudo para ter uma vida mais tranquila, trabalhando para arcar com os seus compromissos, mas que infelizmente os assaltos, ameaças e assassinatos os têm feito viver sob temor e desassossego.

Este é o momento para que o México perceba a importância da cooperação com a América Central, para que os países centro-americanos reconheçam que por causa do tamanho e posição geográfica, é necessário que trabalhem em equipe. Pode-se aprender a partir das histórias de conquistas entre países vizinhos. É tempo de deixar para trás os prejuízos, que a rivalidade não passe de uma partida de futebol, e ainda, que saibamos que se quisermos deixar um futuro saudável e seguro para os nossos filhos e netos, teremos que seguir como uma equipe, todos os países desta região compreendida do México até a Colômbia.

Os cidadãos da região querem paz.

Os cidadãos da região querem paz.

 Ademais, é interessante repassar de imediato algumas das declarações tomadas durante a reunião, como as da Hillary Clinton e do Karel de Gucht (Comissário de Comércio da UE), onde os mesmos sugerem um controle mais rígido de impostos. “As classes mais abastadas devem pagar sua parte dos impostos” disse Clinton. A ministra de Assuntos Exteriores e operação da Espanha, Trinidad Jiménez sugeriu “reformas fiscais e ações contra a evasão”.

Assim, será de responsabilidade dos governos tomar ações concretas e saber administrar os recursos para combater a delinquência. Os setores empresariais deverão pagar os impostos que lhes correspondem. Os meios de comunicação se encarregarão de monitorar constantemente o uso dos recursos (empréstimos, doações, etc.) que serão usados para colocar em prática este plano de segurança. E, por fim, a sociedade se responsabilizará por exercer o papel de auditor, exigindo o cumprimento da lei e do respeito que todos os cidadãos têm por direito.

Espero que, de pouco a pouco, panamenses, dominicanos, colombianos, guatemaltecos, mexicanos, belizenhos, hondurenhos, nicaraguenses, costarriquenses e demais americanos entendam que, como mencionei anteriormente, as rivalidades devem ser deixadas para trás e não passar de um jogo desportivo. Hoje, em pleno século XXI, não devemos pensar somente em nosso país, mas também no país vizinho. Se não for por esta razão, que é a mais correta, o faremos pelo futuro de nossas crianças ou daqueles que ainda nascerão, e viverão em um mundo inseguro e caótico, ou em um mundo no qual por mais que não seja perfeito, luta para ser melhor.

Publicado el 12 julio, 2011 en Guatemala, México, Seguridad y etiquetado en . Guarda el enlace permanente. Deja un comentario.

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